Um crime que chocou à sociedade paraibana, nesta semana, com certeza foi o assassinato ontem (12), de um professor a tiros ao chegar na escola em que trabalhava. O crime foi registrado no bairro do José Américo, na Zona Sul de João Pessoa. De acordo com o que Lucínio de Brito, irmão da vítima, falou à imprensa um equívoco familiar pode ter motivado o crime.
Imagens de câmeras de segurança mostraram que o professor de Matemática Luecir José de Brito Silva foi surpreendido por um atirador ao deixar sua filha na escola. Segundo a Polícia Militar (PM), a vítima foi atingida com pelo menos cinco disparos. A filha de 12 anos, que estuda no local, testemunhou o crime.
Um policial civil que passava pela região avistou o atirador, o perseguiu e prendeu. O homem foi detido e encaminhado à Cidade de Polícia, antiga Central de Polícia, no bairro do Geisel. Segundo a polícia, o suspeito é um sargento reformado (aposentado), de 80 anos. Ele disse, por meio do seu advogado Ideltônio Moreira que não se lembra do crime.
Segundo a defesa, Antônio Francisco de Sales, de 80 anos, tem problemas psiquiátricos e faz uso de medicamentos controlados. O idoso alega que não sabe por que atirou no professor. A Polícia Civil investiga se vítima e suspeito se conheciam.
“A defesa tem dois laudos que comprovam que o policial aposentado tem problemas mentais. Ele pouco lembra do que ocorreu. Por enquanto, não há evidências de premeditação do crime. Como não temos dados concretos sobre esse fato, não sabemos como a acusação será formalizada. Por hora, vamos aguardar a realização do exame de corpo de delito e da audiência de custódia”, afirmou o advogado Ideltônio Moreira.
A defesa confirmou que a arma usada no crime era do próprio Antônio Francisco de Sales, mas não soube explicar por que uma pessoa com problemas psiquiátricos possuía porte de arma. “Isso é algo que deve ser questionado aos profissionais responsáveis pelo controle de armas”, disse.
Para Lucínio de Brito o crime foi um equívoco. O irmão relatou que Antônio Francisco de Sales é casado com a irmã de sua sogra. Ele estaria revoltado após a esposa decidir sair de casa. Ela resolveu alugar um imóvel que pertence à família da vítima. Segundo Lucínio, seu irmão não tinha nenhum contato com o suspeito e era um homem trabalhador, dedicado à sua família e aos estudos.
Segundo o relato de Lucínio, Antônio Francisco de Sales demonstrou revolta com a mudança da esposa para a nova residência e acredita que ele tentou se vingar de alguma forma. Lucínio também criticou a possibilidade de Antônio Francisco de Sales ser solto devido à sua idade avançada, destacando a impunidade que poderia resultar desse cenário. Além disso, ele expressou sua dor pela perda do irmão, descrevendo-o como um homem rígido, mas amoroso e dedicado à família.
Com PB Agora