Jair Bolsonaro falou na noite de segunda-feira, 25, claramente a contragosto, sobre sua estadia de dois dias na embaixada da Hungria, revelada pelo jornal americano The New York Times.
Ele foi questionado por jornalistas ao chegar para a homenagem à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no Teatro Municipal de São Paulo. E disse o seguinte, como registrou o Estadão:
“Eu não vou te responder porque tem muita senhora aqui. Não há crime nenhum [n[isso. Por ventura dormir na embaixada, conversar com embaixador, tem algum crime nisso? Tenha santa paciência, chega de perseguir, pessoal. Quer perguntar da baleia? Vamos falar da Marielle Franco. Eu passei seis anos sendo acusado de ter matado a Marielle Franco. Acabou o assunto agora? Vamos falar dos móveis do Alvorada?”
Liberdade
Durante o discurso que fez na cerimônia montada para Michelle, Bolsonaro não comentou a questão diretamente. “Passamos momentos difíceis, e não foram pouco. Continuamos passando, mas a família é a base da sociedade. Sem ela, não chegaremos a lugar nenhum”, discursou.
Bolsonaro disse também que “tem certas coisas [a] que você só dá valor depois que perde”, e citou: “água do poço, um grande amor, a nossa liberdade”.
48 horas
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes deu 48 horas para Bolsonaro explicar sua estadia na embaixada.
A Polícia Federal instaurou inquérito para investigar por quais motivos o ex-presidente passou duas noites na sede da representação da Hungria no Brasil quatro dias após a deflagração da Operação Tempus Veritatis, que foi às ruas em 8 de fevereiro como parte de investigação sobre trama para golpe de Estado.
Com O Antagonista