Sol forte, calor e clima seco. O nordestino já é acostumado a conviver com as secas. As longas estiagens dizimam rebanhos, deixam açudes e rios secos, e geram pobreza e o êxodo rural. E o temor dos especialistas e agricultores da região, é que mais uma dessas secas esteja a caminho. O aquecimento recorde dos oceanos deve começar a atingir João Pessoa e estados do Nordeste a partir deste mês. O fenômeno El Niño deve elevar as temperaturas na região.
A elevação das temperaturas dos oceanos é a maior já registrada nos últimos anos, os resultados são mudanças climáticas catastróficas como a ocorrida no Rio Grande do Sul, devido um ciclone extratropical.
Se no Sul os efeitos do El Niño já estão sendo sentidos, no Nordeste o medo é de mais uma seca rigososa. A previsão é de que haja uma redução das chuvas e um leve aumento da temperatura no Nordeste nos próximos meses. Isso liga o alerta em entidades ligadas ao agronegócio pelo simples motivo de que algumas das secas mais severas da região começaram com um El Niño. E, na região, estiagem significa um problema econômico e social, principalmente no semiárido.
Segundo estudos do Programa de Pesquisa do Clima Mundial, ligado à Organização Mundial de Meteorologia (OMM), o aquecimento recorde dos oceanos desloca-se desloca do Hemisfério Norte ao Sul e ameaça todo o Brasil.
Segundo os meteorologistas, este ano está extremamente atípico. Chama a atenção não só a intensidade do calor, mas também a extensão das áreas afetadas. Eles alertam que isso é o que vai acontecer, principalmente por causa do El Niño.
Na Paraíba, o inverno deste ano foi um dos mais quentes com elevação de temperatura de 1,5° C, de acordo com os dados da Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa).
No entanto, um dos fatores que possivelmente aumentou a temperatura durante o período de inverno foi o El Nino, devido ao aquecimento da faixa equatorial do oceano pacifico.
Para Marle Bandeira, técnica da AESA, oos efeitos do El Nino podem influenciar na elevação da temperatura, porém existem outros fatores que contribuem para essas consequências.
“Estamos monitorando o sistema e registramos uma elevação da temperatura do clima em 1,5° C, mais quente. Existe a possibilidade dessa elevação ser causada pelo El Niño, como também por outros motivos”, explicou a técnica.
De acordo com Marle Bandeira, não há previsão de quanto tempo o El Niño vai durar. O outro fenômeno climático que também afeta todo o globo é o La Niña. Ao contrário do El Niño, o La Niña ocorre quando as águas do Pacífico esfriam. Este fenômeno durou de 2020 a março deste ano.
O Fenômeno do El Niño provoca o aquecimento das águas que faz com que uma grande massa de ar quente e seco se estabeleça sob o país e eleve as temperaturas em todas as regiões, gerando uma onda de calor atípica.
O El Niño é um fenômeno climático que se caracteriza pelo aquecimento anormal e persistente da superfície do Oceano Pacífico na região da Linha do Equador. O Instituto Nacional de Meteorologia emitiu um comunicado dizendo que o fenômeno se instalou e pode ter efeitos que podem durar de seis meses a dois anos.
Recentemente o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Petteri Taalas, alertou que a chegada do El Niño aumentará, consideravelmente, a probabilidade de bater recordes de temperatura e provavelmente um calor mais extremo em muitas regiões do mundo e nos oceanos.
Severino Lopes/PB Agora