Polícia investiga mais vítimas de estupro em banheiro de escola na PB

A polícia já concluiu o inquérito sobre o estupro de duas crianças, dentro do banheiro de uma escola particular de João Pessoa, e investiga a violência sexual contra outras duas possíveis vítimas. O caso ganhou repercussão nesta segunda-feira (12), quando três adolescentes foram apreendidos suspeitos do ato infracional. Todas as vítimas são meninos de até 10 anos de idade.

Em nota divulgada na noite desta terça-feira (12), o Colégio Geo Tambaú afirmou que “os alunos e o ex-funcionário acusados não têm mais vínculos com a escola desde o ano passado. Apesar de se manter atenta à comunidade escolar, o Colégio Geo reforçou ainda mais seus mecanismos de segurança e orientação, para que episódios dessa natureza nunca mais ocorram”.

Segundo a delegada Joana D’arc Sampaio, também foi confirmada a participação de um ex-funcionário da escola nos crimes. “Ele participava ativamente de alguns abusos e em outros ele dava cobertura apenas olhando o ato”, disse a delegada.

A investigação começou em maio de 2018, com a denúncia da primeira vítima. A segunda vítima foi identificada em dezembro de 2018 e confessou, em depoimento, que também participou dos abusos contra a primeira criança, conforme explicou a delegada.

Ainda de acordo com a delegada, o ex-funcionário – afastado em 2018 após as denúncias – e os adolescentes suspeitos de praticar a violência foram ouvidos ainda em maio de 2018. A delegada afirmou que uma das vítimas relatou que o zelador destravava as portas dos banheiros para praticar os abusos. O suspeito responde em liberdade, sob medidas cautelares da justiça.
O Ministério Público da Paraíba (MPPB) informou que já ofereceu denúncia contra ele e que requereu a prisão preventiva por duas vezes. O primeiro pedido, feito no momento da denúncia, foi negado pelo juiz. No entanto, segundo o MPPB, ao longo da instrução processual e com o surgimento de novos fatos, a prisão preventiva do suspeito foi solicitada novamente e a promotoria aguarda a decisão da Justiça.

Os abusos vieram à tona após a mãe de uma das vítimas receber um aviso da escola que comunicava que o filho dela estava indo com muita frequência ao banheiro. Além disso, a criança também passou a ter um “comportamento agressivo e também choroso”. “Em conversa com a mãe, a vítima contou sobre os abusos e a investigação foi iniciada”, disse a delegada.

Segundo o delegado da Infância e Juventude, Gustavo Carlleto, que está à frente do caso, dois inquéritos já foram concluídos, mas outros podem ser abertos caso apareçam novas vítimas.

Três adolescentes foram apreendidos na segunda-feira (11), suspeitos de praticar os abusos. Até a noite desta terça-feira (12), o quarto adolescente alvo do mandado judicial não tinha sido localizado.

“Já tem uma audiência marcada para uma data próxima, e diante dessa audiência possa ser que venha uma nova decisão do juiz sobre esse fato”, afirmou o delegado Carlleto.

Conduta da escola

O MPPB informou que um inquérito civil público será instaurado pelo promotor de Justiça de João Pessoa, Luis Nicomedes de Figueiredo Neto, para averiguar eventual negligência da escola particular, uma vez que o colégio estava no exercício do dever de guarda e vigilância dos alunos.

Conforme o MP, o objetivo do procedimento é, exclusivamente, apurar se existiam mecanismos de proteção e fiscalização, por parte da escola em relação aos alunos. Além disso, averiguar se, especificamente a partir do momento em que soube do caso, medidas teriam sido adotadas para evitar a prática de violência dentro da instituição.

com g1

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