PB tem nove casos de microcefalia em 2015 e Governo investiga outros seis

microcefaliaA Paraíba tem nove casos confirmados de bebês nascidos com microcefalia em 2015. Três casos foram confirmados pela Secretaria Estadual de Saúde nesta quinta-feira (12). Outros seis casos foram confirmados pela Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande, que ainda não enviou os dados ao governo estadual.

Campina Grande ainda investiga a doença em bebês que ainda não nasceram. Segundo a secretaria municipal, os exames de pré-natal dos bebês detectaram a condição de microcefalia e estão sendo acompanhados.

Além de Campina Grande, foram confirmados casos nas cidades de Cabedelo, São Miguel de Taipú e Sapé. A secretaria estadual só contabiliza as crianças que nasceram com a má formação e foram confirmados após investigação e exames.

O Ministério da Saúde decretou na quarta-feira (11) situação de emergência e afirmou que investiga o aumento no número de casos da doença no Nordeste.

A Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande criou uma comissão para investigar 12 casos que já foram notificados no município.

Dados do governo estadual apontam que houve um aumento do número de casos entre 2013 (com 3 casos) e 2014 (com 5 casos). João Pessoa e Sapé têm mais de um registro desde 2011, com três confirmações na capital (sendo duas em 2012 e uma em 2014) e duas em Sapé (uma em 2013 e outra em 2015). (Confira os números de casos confirmados na Paraíba desde 2011 na tabela abaixo.)

Ainda segundo a Secretaria Estadual de Saúde, um dos três bebês com microcelia confirmada em 2015 morreu, mas a causa não foi relacionada à má formação do crânio e sim por ausência congênita dos dois rins. A secretaria ainda informou que está iniciando a implantação da vigilância de casos diagnosticados de microcefalia pós-natal e de achados intrauterinos.

Como o Ministério da Saúde informou que há a possibilidade de o aumento dos casos de microcefalia ter relação com o zika vírus, a secretária de Saúde de Campina Grande, Luzia Pinto, fez um alerta à população. “Uma vez que o ministro anuncia que pode ter associação com zika vírus, então vamos fazer nosso dever de casa na questão do combate ao mosquito aedes aegypti “, disse Luzia Pinto

A microcefalia é uma anomalia que se caracteriza por um crânio de tamanho menor que o a média.O ministério foi acionado pela Secretaria de Estado da Saúde de Pernambuco, que observou o aumento drástico da anomalia nos últimos quatro meses. Foram identificados 141 casos em recém-nascidos em 44 municípios de Pernambuco este ano.

De acordo com o ministro, a média de casos para o estado era de 10 por ano, o que representa um aumento incomum. “Estamos de fato em uma situação inusitada em termos de saúde pública”, disse Castro. A situação tem sido acompanhada pelo Ministério desde o dia 22 de outubro.  Em nota enviada à imprensa, o Minstério da Saúde informou que recebeu relatos dos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte sobre o mesmo assunto. As suspeitas estão sendo investigadas e contam com o monitoramento de equipes do Ministério da Saúde.

Estado de emergência
Segundo o ministério, o estado de emergência em saúde pública garante que os serviços de saúde tratem a questão da microcefalia com prioridade. A investigação das possíveis causas do aumento vai ser feita em conjunto por equipes do Ministério da Saúde e dos governos estaduais e municipais.

O Ministério da Saúde também ativou, na terça-feira (10), o Centro de Operações de Emergência em Saúde (COES), em Brasília. Trata-se de um mecanismo de gestão de crise, que reúne as diversas áreas que podem concorrer para resposta a esse evento de forma que o assunto seja tratado como prioridade. A investigação da causa é que tem preocupado as autoridades de saúde.

Hipótese de ligação com zika vírus
Sobre a hipótese que tem sido discutida pela comunidade médica, de que o aumento de casos de microcefalia poderia estar relacionado a infecções por zika vírus – vírus que foi identificado pela primeira vez no país em abril deste ano – os representantes do ministério afirmaram que ainda é precipitado atribuir o evento a essa causa.

Entenda o que é a microcefalia
Microcefalia é uma condição médica que se caracteriza por um crânio menor do que o tamanho médio, geralmente por causa de uma falha no desenvolvimento do cérebro. O problema pode estar associado a síndromes genéticas ou a outros fatores como abuso de álcool e drogas durante a gravidez ou a infecção da gestante por rubéola, catapora ou citomegalovirus.

Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico menor que o normal, que habitualmente é superior a  33 centímetros. Esse defeito congênito pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como as substâncias químicas, agentes biológicos infecciosos, como bactérias, vírus e radiação.

Crianças que nascem com microcefalia podem ter o desenvolvimento cognitivo debilitado. Não há um tratamento definitivo capaz de fazer com que a cabeça cresça a um tamanho normal, mas há opções de tratamento capazes de diminuir o impacto associado com as deformidades.

Segundo o Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos e AVC dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (Ninds-NIH), algumas crianças acometidas pela anomalia podem ter algun nivel de incapacitação. Outras podem se desenvolver de forma similar a outras crianças e ter inteligência normal.

com G1

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