O presidente Lula (PT, foto) disse, em reunião com governadores no Palácio do Planalto nesta quinta-feira, 31, que “o Comando Vermelho, PCC estão em quase todos os estados disputando eleições, elegendo vereador, quem sabe indicando pessoas para cargos importantes nas instituições“.
Lula alertou ainda que o Judiciário também será infiltrado por integrantes das duas maiores facções criminosas do país.
“Logo, logo crime organizado vai estar participando de concurso, indicando juiz, procurador, político candidato. Essa é uma coisa que é quase incontrolável se não montar pacto federativo que envolva todos Poderes da federação, envolvido indireta ou diretamente nisso, e construir um processo que discuta desde o sistema prisional ate sistema do cadastro que cada estado tem“, disse.
Tarcísio ligou Boulos ao PCC
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se envolveu em polêmica sobre o PCC e o candidato à prefeitura da capital Guilherme Boulos (PSOL), no dia do segundo turno. Tarcísio afirmou que integrantes da organização criminosa orientaram votos no parlamentar.
Segundo o governador, a Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo interceptou comunicados assinados por membros do PCC orientando votos a familiares e aliados em algumas cidades paulistas.
“A gente vem alertando isso há muito tempo. Nós fizemos um trabalho grande de inteligência, temos trocado informações com o Tribunal Regional Eleitoral para que providências sejam tomadas.”
A fala de Tarcísio resultou em uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral promovida por Boulos contra o governador, com acusação por abuso de poder político e no uso indevido dos meios de comunicação.
Além disso, a campanha de Boulos apresentou uma notícia-crime no TSE em processo que será relatado pelo Ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A repercussão chegou a Brasília, de onde o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, defendeu Boulos ao dizer que Tarcísio havia cometido um “crime eleitoral gravíssimo” em ligar o candidato ao PCC:
“O governador de São Paulo cometeu um crime eleitoral gravíssimo. Utilizou o poder político de governador de convocar uma coletiva com seu candidato do lado e espalhar uma mentira vergonhosa na cidade de São Paulo. Criminosa, tanto criminosa que, se tivesse algum indício de verdade no que ele disse, a primeira atitude que ele tinha que ter para não prevaricar era encaminhar para o Tribunal Regional Eleitoral e para o Ministério da Justiça.”